Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Rondônia, não existe previsão para reposição do medicamento. Veja quanto custa a insulina na rede particular. A Secretaria de Estado de Saúde de Rondônia (Sesau) revelou que o estoque de insulina do estado deve acabar nos próximos 60 dias. Atualmente, cerca de 359 pacientes dependem da insulina de ação rápida distribuída pelo governo em Rondônia.
O aviso de que o Sistema Único de Saúde (SUS) poderia sofrer com o desabastecimento de insulina foi divulgado no final de março.
O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou, por meio de uma auditoria, a ausência de propostas para a aquisição de insulina, além do estoque insuficiente do produto e a impossibilidade de realizar novos aditivos aos contratos existentes.
Caneta de insulina usada por diabéticos para tratamento da doença diabetes
Marcelo Moraes/EPTV
A compra de medicamentos do SUS é realizada pelo Ministério da Saúde, que informou que os estoques remanescentes iriam durar cerca de um mês. O anúncio foi divulgado no início de abril, e apontou que uma das possíveis medidas para remediar a situação seria a compra de Insulina em Frasco, a negociação ainda estava em fase de avaliação.
De acordo com a Sesau, não existe uma previsão para a reposição do medicamento e o estado aguarda um posicionamento do Governo Federal. A secretaria disse ainda que não existe outra alternativa para o tratamento deste tipo da doença.
O que é insulina?
A insulina é um medicamento utilizado para o tratamento da diabetes tipo 1, sua função é auxiliar o pâncreas a produzir o hormônio que regula o nível de açúcar no sangue.
O atual medicamento oferecido pelo governo é Insulina Análoga de Ação Rápida 100UI/mL. Ele vem em formato de caneta para facilitar a aplicação.
Canetas de insulina facilitam aplicações em pacientes
Raiza Milhomem
Maria Luiza Dantas começou o tratamento da diabetes tipo 1 quando tinha 9 anos de idade. Em abril deste ano, ela completou 16 anos e ao g1, sua mãe contou como é o processo de retirada do remédio pelo SUS.
“Agora as coisas estão mais organizadas, buscamos os medicamentos todos os meses e já tem cerca de um ano que não ficamos sem. Com a previsão de 60 dias, estamos muito preocupadas e rezando para que a reposição chegue, minha filha precisa disso”, disse Luciana Pacheco Pais.
Luciana explicou que as vezes é necessário buscar soluções alternativas para conseguir a medicação.
“Faço parte de um grupo de apoio que funciona a muito tempo. Participam cerca de 30 mães e sempre trocamos informações e ajudamos quem estiver com falta de insulina”, explicou.
Gastos
Marcus Fiori é professor e pai de uma menina de 12 anos que utiliza, em seu tratamento, a insulina de ação rápida.
“Descobrimos que a Bennaia tinha diabetes com 11 anos, e desde então ela começou o tratamento. Calculamos toda a quantidade de carboidrato que ela consome, e ela toma duas, três, até cinco unidades de insulina. Ela toma insulina o dia inteiro”, contou Fiori.
Bennais Fiori, 12 anos, aplicando insulina.
Marcus Fiori
Bennaia não utiliza a insulina oferecida pelo governo e por isso, os gastos mensais com a medicação são muito altos.
“Não iniciamos o processo da insulina do governo por causa da demora, mas gastamos cerca de um salário mínimo por mês. O medicamento dura 14 dias e custa em média R$560 por mês. Sem contar o custo da profissional médica endocrinologista de 3 em 3 meses para os exames de baixa e média complexidade”, explicou o professor.
Situação em outros estados
Em Rio Branco, pacientes não conseguem mais pegar insulina de ação rápida no Centro de Referência de Medicamentos Especiais (Creme). O estado está sem o medicamento desde o final de abril e também não há previsão para o reabastecimento.
A Rede Municipal de Saúde de Campo Grande também registrou falta de insulina pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Estoque de insulina deve acabar nos próximos 60 dias em RO, indica Sesau
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